Desde cedo, estimulamos as crianças a realizarem o máximo de atividades, com medo de deixar espaço para o ócio. Inventamos todos os tipos de aulas particulares e atividades complementares buscando ocupar o tempo e gastar a energia das crianças, além de desenvolver habilidades que possam ser úteis em seus futuros profissionais e pessoais. Entretanto, levados pelo tempo de isolamento social, muitas famílias tiveram que aprender a lidar com crianças entediadas e ansiosas que não foram ensinadas a lidar com uma agenda livre.

A “solução” mais comum são as chamadas babás eletrônicas, onde um único celular ou console pode proporcionar milhões de jogos, vídeos, estímulos e informação. Só que nenhum desses jogos tira a criança do sofá, contribuindo ainda mais para essa sensação de tédio e ócio.

Como tudo acontece sem esforço na telinha, acaba que a criança não estimula aptidões físicas ou sociais, atrapalhando seu desenvolvimento pessoal. Brinquedos tradicionais também não apresentam uma solução à essa questão, já que proporcionam experiências limitadas que as crianças se cansam depressa, forçando os pais a consumirem mais, acumulando opções que já não despertam a interação da criança, fazendo com que ela fique entediada mais depressa. Isso se dá porque, em meio a tantas possibilidades, a criança não se concentra e, quando as opções se esgotam, ela se entedia, já que não sabe mais o que fazer. Por outro lado, é difícil encontrar atividades que estimulem a imaginação da criança e que caibam dentro de casa e dentro do orçamento.

Inserir uma parede de escalada em sua residência pode ser uma boa opção, já que adiciona uma atividade lúdica e interativa a qualquer espaço da casa, e que ainda pode ter um baixo custo de implantação. O que a escalada promove é uma pratica instintiva do ser humano, até mesmo ancestral, que proporciona tudo o que uma criança precisa para se conhecer e conhecer o mundo.

Instalacao Campo Largo (03/11)

Consiste numa atividade que desenvolve a criança de diversas maneiras, por meio de estímulos individuais e de grupo, com experiências completas de superação, seja ela física, cognitiva, emocional, psicológica, e/ou social. É também uma brincadeira normal para a maioria das crianças, que já mesmo antes de andar, já engatinham e escalam obstáculos pela casa como parte da rotina de brincar num espaço limitado. Ao subir no sofá, a criança está escalando uma montanha, que pra ela é o Everest. No outro, está escondida numa cabana feita de lençóis. Qualquer que seja o caso, uma criança bem estimulada fica longe das telas por conta própria, aprendendo a ver o mundo, se desafiando, explorando sua realidade e desenvolvendo conhecimento.

A grande chave disso tudo está no estímulo lúdico que provoque a criança a interagir e brincar, que acaba sendo fácil de incluir nas nossas paredes de escalada. Em vez de somente ocupar o tempo das crianças, podemos estimular elas de maneiras completas, ativas, e que proporcionem entendimento sobre importantes da nossa vida em sociedade. Na primeira infância, incentive a criança a substituir os tablets e celulares por brincadeiras ativas que estimulem a sua imaginação. Assim, qualquer acontecimento do dia a dia vira tema de brincadeira, e qualquer possibilidade de ócio, uma oportunidade para explorar o universo infinito ao seu redor.

18 de outubro de 2022

André Braga